quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Restaurante- Grande Palácio Hong Kong

Monstro das Bolachas

A fachada e o tradutor no canto a olhar para mim :)

“Era uma vez um restaurante”. A minha experiência no Hong Kong Grande Palácio podia começar assim. Já tinha ouvido falar dele á já bastante tempo, como sendo o melhor Chinês de Lisboa. Longos meses depois e após um colega de trabalho lá ter ido, fui á aventura com o meu Chef e resto do pessoal de cozinha que pode vir… “Venha de lá esse cão faz favôle J

Sala
Na rua em frente á Portugália da Avenida Almirante Reis, está o Hong Kong. Vou fazer já o apanhado geral de tudo com a excepção dos pratos. O espaço é grande mas atafulhado de mesas com 6 a 8 lugares, em que ao vosso lado se podem sentar outras pessoas que não conhecem de lado nenhum, o que dificulta a privacidade a não ser que vão com um grupo, que eu pessoalmente aconselho. O serviço é rápido, mas silenciosos na maior parte visto que apenas um empregado fala Português, os outros apenas servem.
Dito isto, e indo mentalizados para o efeito lá entrámos. O Menu  como é habitual era uma espécie de Livro do Senhor dos Anéis, mas todos juntos! Umas 10 páginas com fotos e tudo, o que ajuda bastante, e respectivos preços. Com uma quantidade abismal de entradas, principais e mais principais lá começou a nossa aventura que vou passar a partilhar com vocês. e como poderão ver, foi longa, devido aos preços baixos, e á curiosidade desmedida dos Cozinheiros e Chef :) . 
As Entradas:

Bolo de Choco e Camarão

Servidas com molho agridoce tinham uma textura gelificada devido ao seu conteúdo estar triturado. De sabor fazia lembrar vagamente o marisco que anunciava mas fora isso, nada de especial
 
 
Inhame Panado recheado com carne de Porco
Esta entrada foi a que literalmente me preocupou! A massa frita á volta fazia lembrar uma textura tipo suspiro, crocante mas cheia de bolsas de ar, mas o preocupante não era isso, era sim o gosto a Amoníaco que ficava na boca! SIM, tipo o cheiro do Sonasol entendem? Não comi nem um inteiro, evitem, a não ser que queiram uma lavagem ao estômago sem sair do restaurante.
 
Pastel de Vaca e Soja
Mais uma vez frito!! Com uma textura bastante quebradiça, este ao menos sabia a vaca, mas vinha com demasiado óleo, mal que afectava todos os restantes fritos. Nada de especial, que parecia ser um padrão  preocupante...
 
 
 
Pão doce Chinês com Porco agridoce
Esta foi a que gostei mais. Era um pão com uma cobertura doce que vêm na imagem, recheado com carne de porco picada com vegetais. Embora bom, o doce era demasiado forte e tinha pouco recheio, que fez com que que a carne mal se senti-se, o que foi uma pena. De todos foi o menos mal...
 
 
Folha de Lótus com Arroz e Galinha
Esta queria eu experimentar visto já ter comido algo semelhante no Umai. Nada a ver! Este tinha um sabor estranho! O arroz era demasiado glutinoso ao ponto de agarrar ao céu da boca e a galinha não tinha tempero e era toda ela gordura. Uma desilusão, a evitar!
O interior, para terem uma noção da coisa...
 
Acabadas as entradas, vieram os principais:
 
Carne de Vaca com Molho Sacha na Caçarola
Este foi o prato de que mais gostei de todo o jantar e também o mais famoso entre as pessoas que aqui foram. A carne de vaca tenra e suculenta vinha na caçarola com massa Vermicceli translúcida, com pimentos, cebolas, coentros e cogumelos Enoki, que são finos e longos, com uma textura tipo borracha, mas não eram nada maus. Com um caldo apurado e picante, os coentros conferiam uma frescura por todo aquele calor e a massa absorvia o sabor de todo o prato. Definitivamente um prato a experimentar, e para mim, o melhor da noite.
 
Massa Singapura
A conselho de quem já aqui tinha vindo, pedimos este prato. Uma massa tipo Noodles de ovo, com pimento, cebola, rebentos de bambu, camarão, couve chinesa e uma espécie de bacon que não conhecia. Ora se o prato anterior era picante, este rebentava com o que restava da nossa resistência. A massa estava bem confeccionada e acho que devia estar boa pois o picante abafava tudo o que estava para lá misturado. No meio de tudo aquilo consegui decifrar vestigios de Açafrão, o que lhe dava um travo que não esperamos neste tipo de cozinha. Agradável mas nada de especial a não ser que gostem de não sentir a lingua :).
 
Vaca com Feijão preto picante
Portanto já não preciso de dizer que o picante era a tendência para este jantar, algo que nos arrependemos quando chegámos a este prato. O problema é que pedimos todos ao mesmo tempo, logo não pudemos analisar antes de pedir o próximo, e assim ficá-mos literalmente "on fire". Este prato tinha feijão preto, pimentos, cebolas, alho e louro. Apesar de estar bom, estava excessivamente picante, até para quem gostava, e a carne tinha demasiada gordura. A nivel de sabor tudo ligava bem, mas mais uma vez, nada de especial, e nada de brilhante ou diferente.
 
Prato Misto
Quando pedimos este prato o empregado olhou para nós incrédulo, pois eramos 4 pessoas e aparentemente estavamos a comer como 8. Este prato tinha Pato assado, Choco fumado, Toucinho Agridoce, Carne de vaca cozida, Entremeada glaceada, Molho Agridoce e Soja. Apesar de ter muita coisa, apenas o Choco me despertou interesse a nivel de sabor e textura. O prato ideal para experimentar um pouco de tudo. Bem confeccionado e abrangente, tinha sabores bastante distintos e robustos, mas o facto de a maioria das coisas estar fria, tirou-lhe bastante da substância, continuo sem saber ser devia ser servido assim ou era suposto estar quente.
 
Sobremesas, boas e baratas! Como se querem :
Panquecas com doce de Feijão
 
 No final esteve o melhor na minha opinião. Os doces estavam muitos bons. As Panquecas com doce de Feijão vinham quentes, e com uma massa de arroz que as tornavam moles e ligeiramente adocicadas devido ao interior, que estava muito bom. Já conheço este recheio de uns bolinhos que costumo comprar no Martim Moniz, por isso para mim foi a melhor sobremesa.



Pão de Ló
O Pão de Ló é feito ao momento, e informam-nos que demora cerca de 20 min. Mas vale a espera! Fofo e leve, ligeiramente adocicado e servido quente, é vos dado um enorme cubo de pão fumegante! Delicioso!





Pão com Doce de Ovoso
Também servido quente, veem 3 destes! Fofos e bem recheados, são adocicados sem exagerar e bastante satisfatórios. Envoltos numa massa tipo pão o interior é consistente mas suave, tal como as outras, vale a pena experimentar!





 
E assim finalmente se conclui a nossa aventura, com uma conta de 115€ com vinho incluido, saimos satisfeitos, algo desiludidos com a ideia que tinhamos feito da cozinha, mas mesmo assim valeu a pena! Se nunca experimentaram, este é o local ideal, com opções que nunca mais acabam e um serviço rápido! Cheguem cedo e com uma mente aberta, fome e tempo :)! Divirtam-se! Xie Xie ;)
 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Restaurante- Trigo Latino

Monstro das Bolachas


Já á bastante tempo que tentava aliciar a Manguinhas a ir a este restaurante, porém a resposta acabava sempre numa recusa, pelo que eu já tentava convencê-la só pelo gozo da coisa, até que recentemente para meu espanto, me disse que sim. Nem perguntei se tinha ouvido bem, agarrei e seguimos caminho antes que mudasse de ideias.
Toda a decoração nos lembra paises latinos.
Desde a nossa ida ao Restaurante Centenário em Aveiro que não tinha uma refeição tão boa! O Trigo Latino é um espaço acolhedor que nos trás o sentimento de estarmos num café algures em Cuba ou Porto Rico, com o seu chão axadrezado, velas nas mesas, móveis vintage em madeira polida e cartazes com dizeres e provérbios em várias línguas, sentimo-nos envolvidos por um sentimento de intimidade e romantismo, especialmente se forem á noite que foi o nosso caso. Ninguém diria, visto que ali era um antigo banco em que o cofre se vê da sala de refeições, que é agora a garrafeira , um dos muitos pormenores deste fantástico restaurante!


O cofre, agora garrafeira do restaurante.

Assim que chegámos fomos recebidos pelos empregados de sala, todos bastante novos. Atenciosos, simpáticos e sempre bem educados, fizeram-nos sentir descontraídos ao mesmo tempo que desempenhavam o seu trabalho com profissionalismo e simpatia, algo que elevou bastante a nossa experiência, fica já assim o nosso agradecimento e acima disso os nossos parabéns.


Depois de uma olhadela pela carta que tem diversas opções bastante apelativas e que me irão fazer  voltar de certeza, pedi uma entrada . Beringela, Courgete e Pimentos grelhados com Queijo de Cabra tostado, Nozes e Amêndoas torradas com Mel derretido e redução de Balsâmico a 9€, preço que achei um pouco caro. Passado pouco tempo lá veio ela.
 
A minha grandiosa entrada! 9€

Vamos ao que se destacou, a quantidade. Com uma rodela de Queijo de Cabra da espessura de um dedo indicador e do tamanho da palma da mão, era apenas o topo de uma torre de vegetais grelhados no ponto certo. Ainda crocantes e com a cor bem viva, distinguiam-se sabores e texturas dos diversos vegetais que ajudavam a cortar a riqueza de sabor do queijo.  O sabor torrado dos frutos secos e a doçura do Mel davam o toque final numa combinação quase perfeita. Digo quase pois os legumes tinham muito azeite e foram temperados com demasiado sal, ficando o prato um pouco salgado e com muita gordura espalhada. Mesmo assim foi uma óptima maneira de começar a refeição.

 Para principais, Lombo de Salmão em crosta de Sésamo e Pimenta Rosa com molho de Limão Verde, puré de Beterraba e Torta de Espinafres a 14€, Empada de Veado com cogumelos Trompeta da Morte e  SaphireGin Bombay, Maçã escalfada em vinho branco e puré de Beterraba a 14,50€. Aqui a coisa ficou estranha. O puré de ambos os pratos estava frio, chegando mesmo a parecer saído do frigorífico para o prato. Devolvidos os pratos, só passado uns bons minutos é que voltaram, já quentes. Agora sim, podia-se começar, e a estrela foi a minha Empada.
Empada de Veado e Cogumelos Trompeta da Morte a 14,50€.
 
Bem servida em quantidade, a qualidade em nada ficou atrás. Com uma massa saborosa que não se deixava parar de comer, estava bem cozida por fora mas ligeiramente mal cozida por dentro ficando com uma textura pastosa que eu adoro! O recheio de Veado e Cogumelos estava divinal. A carne embora um pouco seca, estava tenra e deliciosa,rica em sabor e textura. Esta vinha envolvida com os Cogumelos e com Pimentos vermelhos criando camadas de sabor que se iam descobrindo a cada nova garfada! O puré de Beterraba estava de acordo com o resto a meu ver, dado que eu gostei imenso já a Manguinhas não ficou grande fã. As Maçãs estavam boas mas sem serem nada de especial faltando algo para as elevar a outro nível, talvez escalfadas como a Pêra bêbada resultasse melhor.
Salmão em crosta, Torta de Espinafres e Puré de Beterraba a 14€.
Já o Salmão estava bom sem ser nada de especial, estava crocante e bem temperado, o puré era o mesmo que o meu, já a Torta de Espinafres estava deliciosa. Feita com folhas de Espinafres bringidas e enroladas com Queijo creme, estavam leves e refrescantes, servindo quase como algo para refrescar o paladar entre garfadas ao mesmo tempo que fazia uma combinação perfeita com o Salmão. Só faltava uma coisa, que me apercebi quando já tínhamos pedido sobremesa, o molho de Limão Verde no Salmão! Achei que este erro era de facto grave, e aliado ao anterior dos purés estarem frios decidi que era necessário informar o chefe de sala. Depois de uma conversa de tom informal e bastante agradável o chefe de sala  revelou-se  um excelente profissional  e com uma boa postura apesar da idade, lá disse o que se tinha passado e tudo se resolveu pelo melhor logo ali como seria de esperar, com um pedido de desculpas e a minha total compreensão pois são coisas que acontecem, raramente mas acontecem.

Ementa bem original.
De sobremesa, Crumble  de Abacaxi Caramelizado com molho de Chocolate negro a 4,50€ para ela e o mesmo para mim mas com gelado de Baunilha, na vez do chocolate, a 5,50€. Mal chegadas as sobremesas o chefe de sala veio pedir mais uma vez desculpa e informou que as sobremesas eram oferta, algo que poucos estabelecimentos fazem e o meu é um dos poucos que também o faz quando as falhas raramente existem, e isto distingue um restaurante que se importa com o cliente e com o seu feedback, algo raro infelizmente mas de louvar quando se encontra.
Crumble de Abacaxi Caramelizado e Quenelle de Chocolate Negro 4,50€.

Uma palavra: viciante. Um dos melhores Crumbles de Lisboa até agora sem dúvida alguma. O Abacaxi vinha misturado com o Crumble, com texturas crocantes e suaves ao mesmo tempo, servido quente, a mistura estava de uma gula que viciava até a alma mais restrita a doces (eu), e mais uma vez bastante bem servida. No prato da Manguinhas veio uma densa quenelle de Chocolate negro que lhe fez valer o dia inteiro, com um sabor forte e ligeiramente fresco ao mesmo tempo. O meu gelado estava igualmente bom, bem como o puré de Frutos Vermelhos em ambos os pratos.  Só encontrámos uma coisa mal, o fundo do tachinho onde vinha o Crumble :D!
A minha vinha com gelado, por mais um euro.

No final, extremamente satisfeitos com a experiência pagou-se 43,50€ para duas pessoas, com uma entrada, 2 principais e 2 águas, visto as sobremesas serem oferta. Apesar de parecer caro, é o preço justo, com as sobremesas a conta teria passado os 50€, mas a qualidade, quantidade, espaço e equipa de sala tornam este lugar um espaço obrigatório para uma boa refeição, um momento romântico ou para apreciar o bom gosto e feeling do espaço. Apesar dos erros, irei certamente voltar, pois aqui separou-se o Trigo do jóio! Parabéns!
Tirem o dinheiro do vosso cofre e deixem-no no deles :D!


 


domingo, 4 de novembro de 2012

Festival Misty Fest

Monstro das Bolachas


No cinema S.Jorge ás 22 horas, foi o concerto de 3 grandes nomes portugueses da guitarra, sendo eles, Tó Trips um dos elementos dos Dead Combo, Filho da Mãe e Frankie Chavez, tudo isto por 15€ pp.

Com a duração de 1:30h foi uma viagem por diversos sons e melodias, pela mão destes 3 fantásticos artistas que tão pouca gente conhece. Podemos ouvir cada artista a tocar individualmente e várias guitarras, e no final os 3 em conjunto.

 
Tó Trips
Gostei especialmente de 2 coisas, 1º o facto de cada um deles ter um perfil musical bastante distinto, o Tó Trips toca com uma certa “tristeza” fazendo lembrar o fado, já o Frankie Chavez toca com uma alegria contagiante e o Filho da Mãe com um intensidade que nos faz estremecer por dentro.
 
Filho Da Mãe
A 2ª, foi o facto do cinema estar lotado o que significa que o povo Português investe na cultura e nos seus artistas e que apesar de tudo a nossa cultura ainda está a dar cartas de peso na actual conjuntura.
 
 
Frankie Chavez
Uma noite bem passada sem dúvida em que o artista que mais gostei foi Frankie Chavez muito devido á sua guitarra horizontal que vemos na imagem, com um som a lembrar os filmes western americanos, excelente! Fica aqui links para cada um dos artistas, divirtam-se :)!